Opinião

Paulo Afonso (BA) - 22/05/2012

Feliz por quê? - Por Luiz Aureliano

Dr. Luiz Aureliano é Dermatologista e ex-secretário Municipal de saúde de Paulo Afonso
Foto Divulgação

Primeiro pergunto o que é ser feliz?

Para uns é ter dinheiro, para outros uma boa casa, um bom carro, ter saúde, uma família ajustada, bons amigos, etc.. Vivemos numa sociedade profundamente injusta e desigual, onde as oportunidades não são iguais para todos; o que fazer?

Mudar o tipo de organização da nossa sociedade capitalista, com os valores burgueses-cristão ocidental?

Isto já foi tentado na União Soviética e seus satélites e não deu certo, foi um grande fracasso! Nós humanos somos antes de tudo animais racionais, é verdade; mas animais com nosso instinto de preservação acima de tudo, o que nos torna instintivamente egoístas e sempre em qualquer circunstancia nos defendendo, inclusive atacando os outros. É o instinto de preservação, de sobrevivência. E aqueles que são os mais aptos (Charles Darwin), mais inteligentes, mais fortes, mais equilibrados emocionalmente, mais ajustados socialmente, são sempre os que se dão melhor, principalmente, numa sociedade capitalista que premia o valor

individual, a capacidade criativa e de trabalho de cada um.

Por mais que a sociedade e o Estado tentem equilibrar as relações sociais, ajustá-las, sempre os mais aptos de Darwin vão prevalecer!

E este processo seletivo se dá de forma aleatória, como também as oportunidades acontecem dependendo de uma série de fatores, como a cultura, os valores de cada povo e cada país ou região, como também a forma e a capacidade de organização de cada sociedade.

Uma pessoa inteligente, habilidosa, criativa, etc... ela terá muito mais oportunidades em grandes centros urbanos, onde a ciência e a tecnologia são muito mais avançadas; como dizemos popularmente, é um talento perdido naquele local sem oportunidades.

Mas a felicidade mesmo, acredito que se dá no encontro da pessoa consigo mesmo, conhecer os seus limites e fraquezas, conhecer bem as suas capacidades, sem superestimá-las, não ter ambições desmedidas, encontrar o seu ponto de equilíbrio, saber valorizar as suas conquistas pessoais, os seus afetos, muitas vezes, sem a necessidade de grandes bens materiais.

A felicidade não tem receita de bolo para se chegar a ela, é preciso conhecer e domar a sua natureza e a sua personalidade, sem atrapalhar os outros. É preciso saber se conformar com os seus limites, deixar de ter ambições grandiosas que na maioria das vezes, é preciso passar por cima de outras pessoas.

Então, esta tal felicidade que tanto buscamos, às vezes, desesperadamente, é um processo continuo de aprendizado, de autoconhecimento, de equilíbrio com a sociedade e a natureza.

É preciso ter dinheiro para ser feliz? É, mas não precisa tanto. É preciso ter saúde? Claro, indispensável. E amores? Essencial. Amigos? Fundamental. Tesão na vida? Imprescindível. Família? Base pra tudo.

Tente, não desista, não esmoreça, procure seu caminho, estude, leia, se alimente saudavelmente, faça atividade física, seja um bom profissional, procure servir aos outros, seja útil socialmente, não se sinta melhor e nem pior do que ninguém; faça festa com os amigos, converse, ouça, aprenda, fale um palavrão de vez em quando (faz bem para o fígado), tenha um mínimo de humor, ridicularize você mesmo, lembre-se: todas as cartas de amor ou todos os amores são ridículos, podem até acabar um dia, mas vai valer a pena por tudo de bom que viveram juntos, beijos, orgasmos, viagens, festas, danças, café da manhã, acordar juntos, saudades, dores de amores... .

Por ultimo, não siga o modelo de ninguém, construa o seu modelo, a moda é frívola, os modelos são falsos, seja verdadeiro, não se engane nem engane os outros, a liberdade é essencial para a felicidade; diga o que pensa e sente, procure não magoar ninguém, mas se for inevitável, seja verdadeiro, não minta! Porque agindo assim, tenha certeza, os outros vão lhe respeitar e isto é muito importante.

Seja feliz, não desista, seja em casa, na rua, sozinho, acompanhado, numa festa, no trabalho, no dia a dia da vida, enfim, beba um copo d água; a vida pode ser simples assim.


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