Os meses temáticos, tais como Outubro Rosa, Novembro Azul e o Dezembro Laranja, ajudam a impulsionar o diagnóstico associado, respectivamente, ao câncer de mama (e outras neoplasias femininas), ao câncer de próstata (e outras neoplasias tipicamente masculinas) e ao câncer de pele (melanoma e não-melanoma). Nesses meses e em outros que possuem cores temáticas afins, diversas campanhas são efetuadas, tais como a realização de mamografias e ultrassons mamários (no Outubro Rosa) e a realização de PSAs e ultrassons prostáticos (no Novembro Azul).
Devemos lembrar, contudo, que a clínica é soberana, como dizia o aforismo conhecido por todos nós da áreamédica. Por isso, ressalta-se, antes da realização dos exames complementares acima citados, a importância do exame clínico das mamas por parte de profissional mastologista (ou ginecologista). Da mesma forma, é muito importante o toque retal (para adequada palpação da próstata) e o exame clínico da pele em conjunto com a dermatoscopia (para lesões suspeitas de melanoma, carcinoma espinocelular ou carcinoma basocelular).
Sabemos, por outro lado, que existe por parte de alguns homens, especialmente em nossa região Nordeste, o preconceito, devido a questões sexuais, em relação à realização do toque retal. Esse preconceito precisa ser desmistificado, considerando-se a importância do procedimento para detecção de tumores prostáticos clinicamente evidentes.
Novos exames e tecnologias vêm sendo incorporados para a detecção cada vez mais inicial desses tumores, taiscomo o PET com PSMA (antígeno prostático específico), no âmbito da radiologia e medicina nuclear; e, no âmbito da minha especialidade (patologia), com a inteligência artificial, identificando áreas suspeitas nas lâminas histológicas para o adenocarcinoma acinar usual de próstata e para os subtipos vinculados ao carcinomas ductais (CDIS e CINE) e lobulares de mama, facilitando o trabalho e auxiliando na realização de diagnósticos mais seguros por parte dos radiologistas e patologistas.
De qualquer forma, o grande desafio para o futuro é disseminar, cada vez mais, informações uteis e práticas para parcelas cada vez mais maciças das populações sergipana, nordestina e brasileira, visando ao aumento da detecção, em termos de incidência, dos portadores de neoplasias.
Com isso, faz, ao mesmo tempo, com que haja menor morbi-mortalidade em relação a essas neoplasias.
[*] Dr. Sydney Leão é médico patologista com subáreas de atuação em Dermatopatologia, Citopatologia Tireoidiana e Neuropatologia. Também é professor Assistente I do CMED-PAV Univasf (Paulo Afonso-BA) e professor assistente III de Patologia e Medicina Legal do Curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit) – Aracaju. Além disso, é conselheiro fiscal suplente da Sociedade Médica de Sergipe - Somese -(2024-2026) e coordenador do Grupo 3 do Fórum de Ensino de Patologia (FEP/SBP).
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