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Economia

Paulo Afonso - Bahia - 12/05/2025

Lares começam a trocar empregadas no serviço doméstico por cuidadoras

Romildo de Jesus

O trabalho doméstico remunerado está mudando no Brasil. Enquanto a proporção de pessoas ocupadas em serviços gerais nas residências, como o de limpeza, está diminuindo, uma parcela dos empregados domésticos quase dobrou nos últimos dez anos: a de cuidadores pessoais em domicílio, geralmente de idosos e pessoas com deficiência.

Esse movimento reflete o envelhecimento da população, com mais idosos precisando de assistência e menos familiares disponíveis para isso. No entanto, a cara do serviço doméstico no país segue a mesma: majoritariamente feito por mulheres negras em condições precarizadas.

Natural do interior da Bahia, Lucicléia de Oliveira, de 42 anos, trabalhou no Rio por 17 anos como diarista e passadeira. Ela conta que, há sete, expandiu sua área de atuação para o cuidado de idosos:

“Enquanto prestava serviços de limpeza, fui observando que, em muitas famílias, as pessoas precisavam sair para trabalhar e deixar pais idosos sozinhos em casa. Percebi então a necessidade de um cuidado especializado e, como sempre gostei de lidar com idosos, comecei a fazer esse serviço”.

Lucicléia não é a única. Embora o total de empregados domésticos tenha se mantido praticamente estável nos últimos dez anos, um estudo do Dieese com base na Pnad Contínua, do IBGE, mostra que, de um total de 5,9 milhões de ocupados em serviços domésticos, 21% (ou 1,24 milhão) eram cuidadores no fim do ano passado. Em 2014, eram13,9%.

 

Fonte/Autor: Por Mayra Castro, da Agência O Globo

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