O deputado federal Mário Júnior (PP) chegou sem muito alarde no evento do Território Itaparica, envolvendo reassentados dos Estados de Pernambuco e Bahia, esta manhã no CPA em Paulo Afonso. Taciturno, trocando monossílabos com os mais chegados, ia escapando da hostilidade que sua presença tem causado ultimamente. Porém, bastou a voz aveludada de Ozildo Alves chamá-lo para compor a mesa de discussões, e a sonora vaia acompanhou-o ruidosamente.
"Foi um pequeno grupinho já combinado", disse um dos seus colaboradores. Ainda que o seja, é preciso reconhecer que para irromper no evento sem medo de ser repreendido o grupo sabia exatamente que os demais não iriam rechaçar. A vaia teve o seu lugar garantido simplesmente porque nesse mundo, ainda que os políticos teimem em não acreditar: o que se planta, colhe.
O deputado, na ocasião do impedimento da então presidente Dilma, ano passado, se absteve, nem 'sim', nem 'não', depois justificou-se, dizendo que o partido havia fechado questão etc e tal., que haveria retaliação e até expulsão.
Ninguém se sensibilizou com isso; seu eleitor estava fechado com a presidente e não engoliu que ele ficasse em cima do muro, para ver como se salvar. Ainda com a decepção de Dilma, chega o presidente Temer, quando todos, gregos e troianos queriam o 'sim', eis que ele vota 'não'.
O 'não' leia-se: nada de investigação, ora! Contra um presidente varado de denúncias e o mais impopular da história do Brasil. E contrariando a lógica, eis que faz couro para que a Chesf não seja vendida pelo governo que ele quis que ficasse no poder. Por essas e outras, as vaias chegam, constrangem e cobram seu preço.