Opinião

Paulo Afonso - Bahia - 03/02/2018

da série:Empoderamento Feminino: Gorette Moreira ‘Vamos primeiro resolver entre nós: atitude e mérito’

Por Ivone Lima . PA4.COM.BR
Foto; Divulgação PA 4
Maria Gorette Moreira . Foto/Divulgação/PA4.
Maria Gorette Moreira . Foto/Divulgação/PA4.

Gorette Moreira [pernambucana, advogada, secretária da Câmara Municipal, empresária e presidente da ASCOPA (Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços de Paulo Afonso).

Nesta primeira rodada de conversas com as mulheres de Paulo Afonso, sobre a situação social, política e pessoal do gênero, entrevistamos a primeira mulher a presidir a ASCOPA.

Gorette já foi candidata a vereadora por Paulo Afonso, tem uma longa história no que hoje tratamos  por  ‘Empoderamento Feminino’, e falou com muita franqueza o que pensa da situação das mulheres particularmente na política. “Ainda não resolvemos o problema entre nós, então você vai brigar por espaço com os homens e esquece antes precisa romper com certos estigmas.”

 A flor no Dia Internacional da Mulher

“Um flor se recebe todo dia, tem a simbologia, porém, se por trás disso existisse realmente o respeito e a admiração por você ser quem é e está contribuindo como ser para a transformação da sociedade, seria diferente. Tudo foi um processo de evolução, nem mesmo os homens que trabalhavam em condições terríveis tiveram essa iniciativa que aquelas mulheres tiveram e conseguiram direitos iguais não somente para elas, mas para mundo todo.”

A atitude no século XX e hoje

“Ivone, precisa mudar o próprio conceito da mulher; de mulher para mulher, quando eu lhe vejo como profissional, mérito e atitude, meu olhar deve ser que você é transformadora da sociedade, eu não posso me embriagar pela opinião dos outros. Tenho que ver você como pessoa que promove a mudança. Eu participo de infinitas situações seja como empresária, na educação e aqui na Câmara e lhe digo que muitas coisas dependem de atitudes mesmo, de você parar e dizer: ‘epa! eu estou participando, eu quero fazer parte aqui do ‘clube do bolinha’, ‘deixa eu entrar e me dê espaço’, ‘eu sei o que é isso, estudei, e posso contribuir’, por outro lado eu posso também me calar, e ficar no meu canto, mas o mundo como está precisa que a mulher tenha essas duas coisas, insisto: mérito e atitude.”

Gorette, contudo, nas eleições de 2016, não quis participar do processo eleitoral embora tenha tido uma insistência muito grande de vários partidos. Além disso ela sempre criticou os tais 5 por cento, que a legislação eleitoral obriga as legendas terem, apenas, como se diz, para cumprir a ‘tabela’.

“Não. Minha postura será essa, e vou lhe explicar: creio que nosso eleitorado seja mais de 60%, então é preciso que rompemos as nossas divergências primeiro. Vamos primeiro discutir a relação. A partir do momento que nós tenhamos mais consideração, acessibilidade e consideração melhor umas para com as outras aí o cenário muda, por ora não.”

 Gorette culpa toda nossa carga histórica e cultural pela rejeição que sentimos umas pelas outras

 “Um sociedade patriarcal, com raízes tão profundas cujo entendimento é que os ‘homens têm o poder’, a mulher ainda não é livre. Isto influência as mulheres mesmo hoje – apensar de todo esse discurso – quantas Marias, nobres, não viverem e morreram, cuidaram da vida dela e dos outros e nunca conheceram o que é prazer da vida; têm o homem como provedor e vivem sem mesmo se descobrirem. São mulheres que têm atitude se mexem com um filho, ou até se são agredidas, mas e o outro lado, e você? E sua inteligência? São mulheres que têm tanta sapiência, eu me admiro de tantas, isso não depende de estudo, entende?

 O futuro incerto

 “Eu lamento que falamos no poder de transformar, mas entre nós estamos empacadas, enquanto essa realidade.”

 Amélia é que era mulher de verdade?

 “Eu acho que para ele era [risos], mas Amélia de verdade é a que cada uma quer ser.”


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