Opinião

Paulo Afonso - 10/05/2010

As Demandas da Região e o Diálogo Territorial

Anttonio Almeida Júnior
Arquivo

Os municípios da nossa região podem ser divididos, em grosso modo, em duas grandes realidades: na primeira temos as áreas que são banhadas pelo rio São Francisco, berço da geração de energia elétrica para o Nordeste através do complexo hidrelétrico de Paulo Afonso, onde a piscicultura em tanques redes para criação de tilápias e a agricultura irrigada vem se destacando como atividades econômicas importantes para a agricultura familiar.
Na outra parte, área de sequeiro e que representa mais de 90% do nosso território, os agricultores familiares ainda convivem com as adversidades do clima semi-árido, e em sua maioria, as comunidades rurais tem uma população empobrecida, carente de políticas públicas e de oportunidades de desenvolvimento, vivendo basicamente da agricultura de subsistência e da criação de pequenos animais. Falta a estes agricultores assistência técnica, acesso às tecnologias de convivência produtiva com a caatinga, apoio na obtenção de crédito e na implantação de programas e projetos de desenvolvimento com geração de postos de trabalho e distribuição de renda.
A exceção de Paulo Afonso, os demais municípios da região são tipicamente rurais, concentrando a maior parte da sua população na zona rural. São municípios com baixa densidade demográfica e grandes extensões territoriais. A infraestrutura de serviços públicos é bastante defasada, com estradas de difícil acesso, sem pavimentação asfáltica, precariedade nos serviços de comunicação, saúde, educação e segurança pública. Lugares que, em pleno século XXI, ainda é comum não se ter acesso a água de qualidade para consumo humano nem para produção. Em diversas comunidades, ainda é uma verdade o catingueiro morar a menos de 500 metros de distancia das redes de transmissão da CHESF e não ter direito ao acesso à energia elétrica.
Nesta semana, na sexta feira 14 de maio, a população da região está sendo convidada para discutir junto com o governo do estado da Bahia o acompanhamento e a execução do PPA (Plano Plurianual Participativo), construído em 2007, com base na participação de milhares de pessoas dos mais diversos setores da sociedade.
Este encontro com o governo do estado, que está se chamando de Diálogos Territoriais, é um espaço para os territórios aprofundarem a discussão sobre os instrumentos de participação direta e controle social nas políticas públicas. É a oportunidade da sociedade civil, de forma franca e construtiva, monitorar e cobrar do governo a execução das políticas publicas que foram definidas no PPA para esta região. Temas como a BA 210, o Programa Luz para Todos, o Projeto Jusante, a UTI do HNAS, o turismo regional, dentre outros, não podem ficar de fora das discussões.
Desenvolvimento com Justiça Social.


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