O nordeste tem sorte. É uma época do ano em que, na maioria das regiões do país, não há nada no calendário que motive as pessoas (ao menos que sua cidade seja litorânea ou polo de turismo). Os festejos juninos aquecem tanto o sentimento como o comércio...
Cidades da região, ao seu modo, e com muito mais limitações se destacaram. Mesmo a vizinha Glória com o Santo Antônio, Santa Brígida e o que dizer de Jeremoabo, ganharam as graças do povo e atraíram milhares.
Pelo que parece, essas cidades souberam aproveitar a oportunidade. Não é o caso de Paulo Afonso.
Na maior cidade da região, mesmo o clima dos festejos passou longe do centro comercial. Nada pelas ruas – exceto a decoração de algumas lojas – lembra o período, e muito menos que esta cidade, lar de músicos talentosos e cantada pelo Rei do Baião estava envolvida.
A programação realizada no espaço do Coreto, não fez jus a sua patrona, Mama Vitória, personagem tradicional de Paulo Afonso e que organizava festejos como ninguém.
Embora concorde com o modelo – destaque para artistas locais, valorização do forró tradicional, concurso de quadrilhas – não há muito mais que dizer.
A dimensão foi bem menor que a dada a eventos como a Feira do Empreendedor, Moto Paulo Afonso e, pasmem, a Semana do Meio Ambiente. Tudo muito enxuto para “não passar em branco”.
As atrações que terminavam a uma da manhã deixavam, ao relento (era de doer o desencontro dos jovens), centenas de pessoas que queriam apenas algo com o que se distrair e continuar consumindo – comidas típicas, bebidas e CULTURA. A impressão era de que o São João em Paulo Afonso foi uma desculpa, uma conveniência.
Acho que merecemos mais. O comércio merecia mais, a população merecia mais, a cultura merecia mais. Como nordestinos... como pessoas, como consumidores...
E assim, Paulo Afonso perde mais uma oportunidade.
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