Política

Paulo Afonso - 12/04/2010

Anilton: “Sou totalmente contrário ao esvaziamento da Chesf”

Agência de Notícias de Paulo Afonso
Arquivo ASCOM

Nos últimos dias o país assistiu à centralização da Eletrobras, que traz em seu bojo a transformação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), em um braço da estatal. A transformação, que anuncia o esvaziamento da empresa, causou indignação a políticos de todas as esferas, como ao prefeito de Paulo Afonso, Anilton Bastos (DEM), que governa uma cidade que tem cinco usinas da empresa instalada.

Para Anilton o processo foi feito sem nenhuma transparência e sobram dúvidas, principalmente com relação ao ICMS pago à Prefeitura pela geração de energia, que representa quase toda a metade de toda a receita municipal. Em recente entrevista ao Jornal do Commércio, de Recife, Anilton comentou sobre o assunto - "O que mais me preocupa é a falta de informação concreta sobre o que está ocorrendo na Chesf porque ninguém sabe como vai ficar". Bastos reforçou ainda que é totalmente contra o esvaziamento da empresa. "Sou totalmente contrário ao esvaziamento da Chesf. O que a gente escutava era que esse processo seria bom, porque iria aumentar o salário dos funcionários. Essa é uma questão suprapartidária e ninguém pode aceitar isso", enfatiza o gestor.

Assim como Anilton, os deputados Democratas Luiz de Deus (Estadual) e o José Carlos Aleluia (Federal), este vice-líder do partido, também mostraram-se preocupados com a decisão do governo em esvaziar a Chesf. Em depoimento à coluna Política Livre, do jornalista Raul Monteiro, Aleluia enfatizou que a decisão seria um capricho da ex-ministra Dilma Roussef. "Com o instinto centralizador, concebido sob a influência do totalitarismo da velha União Soviética e seus satélites, tipo Cuba, a senhora Dilma decidiu que a partir de agora a Chesf será apenas um apêndice da Eletrobrás, com todas as decisões tomadas em Brasília - oficialmente a sede da Eletrobrás é na Capital Federal, embora a sede e sua diretoria funcionem hoje no Rio de Janeiro. Dilma subestima a força da gente do Nordeste", observou Aleluia.

O deputado Luiz de Deus, em discurso na Assembléia Legislativa, afirmou: "A decisão de Brasília atinge os interesses da região, especialmente de uma das maiores produtoras de energia elétrica do país", diz. O parlamentar ressaltou que as decisões estratégicas para o Nordeste não serão mais tomadas pela Chesf na sede em Recife, mas pelos técnicos da Eletrobras no Rio de Janeiro. "Terão eles a mesma preocupação com o Nordeste?", questionou Luiz de Deus.

Com 62 anos de história, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco fez surgir a cidade de Paulo Afonso. A população agora assiste à empresa que construiu a trajetória de centenas de homens e mulheres, ser transformada em uma parte, sem voz, sem vontade. Agora cabe apenas aos milhares de nordestinos esperar a audiência dos governadores da região com o presidente Lula para maiores esclarecimentos. Reunião esta que está sendo realizada com, no mínimo, um mês de atraso.

 


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