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Economia

Paulo Afonso - Bahia - 10/05/2015

Obras de saneamento no rio São Francisco estão incompletas

Editoria de Arte/Folhapress
Editoria de Arte/Folhapress

 

A população aflita cobra explicações dos políticos locais mas não encontra respostas  sobre  os 80% cobrados sobre o custo final da água consumida  pelo usuário.  Assim como essa obra de Paulo Afonso, outras 33 de saneamento nas margens do São Francisco são dadas como prontas, mas não funcionam plenamente.

O número representa 44% do total de 79 obras de esgotamento em cidades nas margens do rio consideradas concluídas pelo governo federal.

O levantamento é do senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado. As obras de saneamento representam um dos principais eixos do programa de revitalização do São Francisco e são consideradas vitais para a qualidade da água do rio.

Deficiências na execução das obras e falta de estrutura e recursos para operar os sistemas são apontados pelas prefeituras como os principais problemas das redes de esgotamento já inauguradas.

Em Floresta (PE), outra cidade cuja obra é dada como pronta, o sistema de saneamento orçado em R$ 6 milhões não funciona e o esgoto ainda é despejado no rio.

A cidade é o retrato do paradoxo: fica num dos pontos de captação de água dos canais da transposição, cuja obra tem orçamento 1.366 vezes maior que a estação de tratamento (R$ 8,2 bilhões).

O novo sistema é formado por duas estações de tratamento, quatro estações elevatórias de bombeamento do esgoto, cinco fossas e uma rede coletora. Mas nenhuma etapa está 100% concluída.

"Para piorar, a obra está abandonada há um ano. Tudo que foi construído está se deteriorando", diz Adelmo Nunes, secretário de Infraestrutura em Floresta.

No outro marco inicial da transposição, em Barra (BA), a nova estação de tratamento até funciona, mas as bombas que levam a água até um ponto mais alto do sistema são operadas manualmente. O prefeito Artur Silva Filho (PP)deslocou funcionários para ligar e desligar o equipamento.

OUTRO LADO

Procurada pela Folha, a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) informou que não responde pela operação de sistemas, mas garante que tem colaborado para "viabilizar a operacionalização por meio de termos de compromisso com as concessionárias de esgoto".

Sobre as obras paralisadas, o órgão alega enfrentar "percalços", como pendências fundiárias e ambientais, abandono das obras pelas empresas contratadas e falta de interesse do município.

 

 

 

 

Fonte/Autor: João Pedro Pitombo de Salvador

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