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Política

Paulo Afonso - Bahia - 18/08/2019

O que assusta no caso dos 80 milhões? O mau uso do dinheiro ou um eventual ganho politico?

(Foto: divulgação)

A politica é um bichinho esquisito. Em um dia criticam o gestor por não ter reformado a Prainha, por só fazer asfalto, por só fazer praças, por só fazer festa, por não fazer festa, por não recuperar o estádio, o ginásio, a escola, por não fazer investimentos na cidade, por não gerar empregos, etc, etc, etc.

No dia seguinte porém, ao se tornar público que o prefeito pretende pedir autorização para realizar um empréstimo de 80 milhões de reais junto a CEF, a juros menores que a média de mercado, com a pretensão de realizar investimentos que podem trazer melhorias em diversas áreas do município, possivelmente gerar empregos e propiciar desenvolvimento, ai o discurso muda radicalmente.

Sem tomar conhecimento do teor dos projetos, sem esperar do gestor a apresentação das suas razões, e sem conhecer nada a respeito da questão, com base unicamente no montante de dinheiro a ser utilizado, caso este pedido seja aprovado pela Câmara Municipal, surge uma avalanche de criticas ao projeto.

Ao tentar posar de fiscais do dinheiro público, externando uma preocupação excessiva com o possível mau uso do dos recursos, sem conhecer os detalhes da operação, esses que gritam aparentemente sem sentir a dor, parecem mais preocupados com um outro risco.
O medo de que tais recursos, bem direcionados e aplicados, possa gerar resultados importantes, proporcionando impactos positivos para a economia do município tão carente de investimentos, e outros tantos benefícios a população que tanto reclama melhorias.

A mim parece que a revolta não é com o valor do empréstimo, não é com quais obras serão ou não realizadas, já que as desconhecem. Também não parece ser com uma possível má utilização dos recursos, afinal dos críticos de plantão, a imensa maioria costumava elogiar efusivamente o atual gestor como exemplo de honestidade, integridade e zelo com o dinheiro público, e não devem ter mudado de opinião em tão pouco tempo.

Então a única hipótese plausível para tantas criticas e tão ferrenha oposição ao projeto, inclusive com ameaças de levarem o caso as barras dos tribunais para impedir o financiamento, parece ser o medo de que com as obras que esse dinheiro poderá financiar, o prefeito se fortaleça politicamente e se transforme em um adversário difícil de ser batido nas próximas eleições.

Se posicionar contrariamente a um pedido de empréstimo, por meras razões eleitorais, é no minimo mesquinho. Fazer isso antes de conhecer a proposta é no minimo estranho.
Quem age dessa forma mente, não tem amor a sua cidade e age como aquela falsa mãe que preferia ver o filho dividido ao meio: “Se não for meu que não seja de ninguém”.

Apenas os egoístas agem sem medir as consequências, sem se importar com o prejuízo que podem causar ao seu povo.
A oposição não tem que ajudar o prefeito, a oposição tem que ajudar a cidade. 
Saber separar as duas coisas é fundamental. Coerência e responsabilidade é o que se pede.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte/Autor: Por José Ivandro, blogueiro, aprendiz de jornalista e colunista do Tribuna Mulungu

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