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Opinião

Paulo Afonso - 13/07/2010

Até que a morte – ou o divórcio – nos separe

Isso ninguém poderá negar: a Igreja Católica, mesmo com o arejamento de ideias trazidas por Sumos Pontífices, mais ou menos conectados com a evolução dos costumes, jamais abandonou a coerência de seus ensinamentos e dogmas. O mesmo pode se dizer das tradicionais Igrejas Evangélicas.
Da mesma forma que alegam alguns espertos mercadores da fé, para livrarem-se das acusações de estelionato, bradando que não obrigam ninguém a lhes dar parte do suor do seu rosto para sustentar seus luxos, é lícito admitir também que a ninguém é imposto cumprir este ou aquele ensinamento, mandamento ou preceito da Igreja que frequenta. Simplifiquemos: declara-se Cristão? Então aja como Cristão. Incomoda-se com o que reza a Lei Canônica? Então não se declare Cristão. O livre pensar não é só pensar. No caso específico do casamento religioso, mais popularmente chamado de "na igreja", a opção é óbvia. Se o casal aceita publicamente a cerimônia, onde declara e assume na presença de parentes, amigos e de toda a sociedade o que determina o rito bíblico, não será prova de incoerência e pouco caso com o Sagrado achar que tudo pode se "apagar" com uma canetada, como se nunca houvera dois seres ajoelhados ao Altar? Quer um casamento transitório, fácil de "deletar"? Não case na Igreja. Simples assim.
Evidentemente, seria injusto obrigar por lei a conviver pelo resto da vida dois seres que têm conflitos irreconciliáveis, que infelizmente só se tornam visíveis no dia-a-dia do casal. Separem-se, então, os corpos. Mas jamais voltarão a ser Fulana, solteira, nem Sicrano, solteiro. À sombra da Lei do Deus que, livre e espontaneamente convocaram para oficializar o seu matrimônio, serão sempre Marido e Mulher. Até que a morte os separe, de fato.
Se assim não o quisessem, tivessem escolhido outra forma de se unir, que não levasse tão a sério a instituição do casamento como o faz a Igreja...
E olhe que não é só chegar pro Padre ou Pastor e dizer: queremos casar, e pronto, assim como quem escolhe o sofá da sala. Há todo um ritual, toda uma preparação, de onde se depreende que lhes é dada a oportunidade de decidir se é aquilo mesmo o que pretendem; se há amadurecimento espiritual em aceitar um ao outro; a aceitação também de que estão a trilhar um caminho sem volta. Até que a morte os separe. (A morte do amor não conta. Se morreu, é porque nunca existiu!)
Em meio a tantas veleidades e falsas promessas de proteção divina ou material compradas por algumas moedas, é alentador descobrir que a Igreja ainda resiste e oferece porto seguro, com suas convicções firmes como a Rocha, pedindo em troca daqueles espíritos que se sentem perdidos, por não mais saberem em que ou em quem acreditar, apenas um pouco de Fé.

Fonte/Autor: Por Aldson Miná

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